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Como controlar os sintomas da doença de Parkinson? Conheça os medicamentos

Como controlar os sintomas da doença de Parkinson? Conheça os medicamentos

Atualmente não há cura para a doença de Parkinson, mas existem tratamentos disponíveis que ajudam a aliviar os sintomas e manter a qualidade de vida dos portadores. Entre as possibilidades, estão:1

  • Terapias de suporte, como fisioterapia;1
  • Mudanças no estilo de vida, como a prática de exercícios;1
  • Medicamentos;1
  • Cirurgia, para alguns casos específicos.1

Medicamentos para o controle da doença de Parkinson

Os medicamentos são uma das opções para controlar os sintomas da doença de Parkinson. Esses pacientes têm baixos níveis de dopamina no cérebro2, uma vez que os neurônios dopaminérgicos morrem em uma taxa de cerca de 10% ao ano. Por isso, com o passar do tempo, os sinais da doença pioram e a necessidade de medicamentos aumenta. 3

No geral, o objetivo desejado é reduzir essa progressão.3 É possível dividir os medicamentos em:

  • dopaminérgicos: como a levodopa (L-DOPA), inibidores da catecol-O-metiltransferase (ICOMT), inibidores da monoamina oxidase B (IMAOb), adenosina e outros agonistas de dopamina;20
  • não dopaminérgicos: como os anticolinérgicos4 e a amantadina.4

Medicamentos dopaminérgicos da doença de Parkinson

Carbidopa-levodopa – É o medicamento padrão ouro para a doença de Parkinson. No geral, a levodopa consiste em uma substância química natural que chega ao cérebro e é convertida em dopamina.2

Para evitar que isso aconteça precocemente, fora do encéfalo, a levodopa é combinada com carbidopa ou benzerazida. Isso também evita ou reduz efeitos colaterais como náusea, mas ainda pode causar tontura e discinesia, que é o aparecimento de movimentos involuntários do corpo.2777

Com o passar dos anos e à medida que a doença de Parkinson avança, o benefício da levodopa pode diminuir.2

Agonistas da dopamina – Ao contrário da levodopa, os agonistas da dopamina não se convertem nessa substância. Em vez disso, eles imitam os efeitos da dopamina no cérebro.2

Os agonistas da dopamina têm benefícios mais duradouros. Alguns dos seus efeitos colaterais são alucinações, sonolência e comportamentos compulsivos como hipersexualidade, jogos de azar e compulsão alimentar.2

Inibidores da monoamina oxidase B – Esses medicamentos ajudam a prevenir a degradação de dopamina no cérebro. Para isso, inibem a enzima monoamina oxidase B, que costuma degradar a dopamina. Os efeitos colaterais desses medicamentos podem incluir dor de cabeça, náusea ou insônia.2

Inibidores da catecol O-metiltransferase – Esses medicamentos prolongam levemente o efeito da terapia com levodopa, porque bloqueiam a enzima que degrada a dopamina. No entanto, têm como efeito colateral a discinesia, que são movimentos involuntários do corpo, além de poder causar também diarreia, náusea ou vômito.2

Antagonistas dos receptores de adenosina A2A – Esses medicamentos têm como alvo áreas no cérebro que regulam a resposta à dopamina e permitem que mais dessa substância seja liberada.2

Medicamentos não dopaminérgicos da doença de Parkinson

Anticolinérgicos – Os medicamentos anticolinérgicos atuam bloqueando a transmissão de acetilcolina, que está envolvida em diversas funções do corpo, como as do sistema nervoso periférico (SNP). Por exemplo micção, trânsito intestinal e regulação do ritmo cardíaco.4

Durante muitos anos,estes medicamentos foram usados para ajudar a controlar o tremor associado à doença de Parkinson. No entanto, os efeitos colaterais são graves e incluem comprometimento da memória, confusão, alucinações, constipação, boca seca e dificuldade para urinar.2

Amantadina – No geral, a amantadina é prescrita no estágio inicial, quando os sintomas ainda são leves. Ela também pode ser administrada junto com a terapia de carbidopa-levodopa durante os estágios avançados da doença de Parkinson, com objetivo de controlar movimentos involuntários chamados discinesia, que são efeitos colaterais da própria carbidopa-levodopa.2 Como consequência do uso da amantadina, o paciente pode perceber mudança na cor da pele, inchaço nos tornozelos ou alucinações.2

Palidotomia – nessa cirurgia, são feitas pequenas lesões em uma parte específica do cérebro chamada globo pálido, o que ajuda a aliviar alguns sintomas motores da doença de Parkinson.4

Talamotomia – a talamotomia é semelhante à palidotomia, mas o alvo aqui é o tálamo, uma parte do cérebro onde os tremores começam. Atualmente, a talamotomia pode ser realizada de forma não invasiva por meio do ultrassom focalizado, uma técnica que utiliza feixes de ultrassom de alta intensidade para atingir áreas específicas do tecido cerebral. Essa abordagem oferece alta precisão e apresenta menores riscos em comparação com a cirurgia aberta.6


Referências:

1. NHS UK. Parkinsons disease: treatment. Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/parkinsons-disease/treatment/ Acesso em: 13 jul. 2024.

2. MAYO CLINIC. Parkinsons disease: Diagnosis and Treatment. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/parkinsons-disease/diagnosis-treatment/drc-20376062 Acesso em: 13 jul. 2024.

3. CONITEC. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Doença de Parkinson. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/pcdt_doenca_de_parkinson_2017-1.pdf Acesso em: 13 jul. 2024.

4. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DE MINAS GERAIS. Nota técnica desprescrição de anticolinérgicos. Disponível em: https://www.crfmg.org.br/site/uploads/areaTecnica/20220408[110545]Nota_Tecnica_019-21_Desprescricao_de_anticolinergicos_para_idosos.pdf Acesso em: 13 jul. 2024.


BR-ZAMB-CNS-2400011