As doenças hepáticas podem ter um impacto significativo na gravidez, tanto para a mãe quanto para o feto, aumentando a possibilidade de complicações durante a gestação. Mulheres com problemas hepáticos pré-existentes precisam de acompanhamento médico constante e cuidados especiais para garantir a saúde de ambos durante esse momento tão especial1.
As doenças hepáticas podem ter um impacto significativo na gestação, aumentando o risco de complicações tanto para a mãe quanto para o feto, incluindo¹:
Durante a gravidez, condições hepáticas podem ter impactos significativos na saúde materna e fetal, tais como: 2-4
Para mulheres com CBP e CEP, o planejamento da gravidez exige atenção especial. É crucial considerar a gestão dos sintomas e os riscos associados, além de realizar um acompanhamento cuidadoso para garantir a saúde da mãe e do bebê. Além disso, é importante 2,3
Avaliação pré-concepcional: antes de engravidar, mulheres com doenças hepáticas devem passar por uma avaliação completa com um hepatologista. Isso inclui exames para avaliar a função hepática e a estabilidade da condição, garantindo que a doença esteja bem controlada antes da concepção.
Monitoramento e tratamento: o manejo da CBP e da CEP pode envolver o uso de medicamentos, que devem ser prescritos pelo hepatologista. Ajustes no tratamento podem ser necessários durante a gravidez para controlar os sintomas e a progressão da doença.
Risco de complicações: mulheres com doenças hepáticas devem estar cientes dos riscos aumentados de complicações durante a gravidez, como parto prematuro. O planejamento com uma equipe multidisciplinar é essencial para monitorar e mitigar esses riscos.
Gestão de sintomas: O tratamento dos sintomas deve ser adaptado para minimizar desconfortos e evitar complicações. Para condições como a CEP, medicamentos podem ser usados para aliviar o prurido e proteger a saúde do fígado.
Planejamento do parto: Mulheres com doenças hepáticas devem discutir o plano de parto com seus médicos para garantir uma abordagem mais segura. Dependendo da gravidade da condição, pode ser necessário fazer cesárea para minimizar riscos durante o parto.
Cuidados pós-parto e acompanhamento: Após o parto, o acompanhamento contínuo da saúde hepática é essencial para assegurar a recuperação e a estabilidade da condição. O tratamento pós-parto pode incluir ajustes na medicação e avaliações frequentes da função hepática.
Após o nascimento do bebê, é necessário continuar monitorando a saúde do fígado da mãe. Os cuidados incluem3:
Monitoramento da função hepática: Após o parto, é crucial monitorar regularmente a função hepática para detectar qualquer alteração ou complicação. Exames de sangue devem ser realizados para verificar os níveis de bilirrubina, enzimas hepáticas e sais biliares, garantindo que a condição da mãe esteja estável. ³
Ajuste de medicação: o tratamento medicamentoso pode precisar ser ajustado após o parto, especialmente se a mulher estava usando remédios específicos para controlar a doença hepática durante a gravidez. É importante revisar e modificar o regime de medicação com base na função hepática e nas necessidades pós-parto. ³
Cuidados nutricionais: a alimentação adequada é fundamental para a recuperação pós-parto. Mulheres com doenças hepáticas devem seguir uma dieta balanceada que apoie a função hepática e ajude na recuperação. Consultar um nutricionista especializado pode ser útil para ajustar a dieta conforme necessário. ³
Acompanhamento com especialistas: o acompanhamento com hepatologistas e outros especialistas deve ser mantido para garantir a continuidade do tratamento e o monitoramento de possíveis complicações. Revisões periódicas são importantes para avaliar a recuperação e ajustar o tratamento conforme necessário. ³
Algumas doenças hepáticas, como as hepatites B e C, podem ser transmitidas de mãe para filho durante a gestação. 5-7
Hepatite B: O vírus da hepatite B pode ser transmitido da mãe para o bebê durante o parto. O risco de transmissão vertical é significativo, especialmente se a mãe não estiver tratada ou vacinada. Recomenda-se a administração de vacina específica para o recém-nascido logo após o nascimento para prevenir a infecção.5,6
Hepatite C: A transmissão de hepatite C de mãe para filho é possível, mas menos comum em comparação com a hepatite B. Não há vacina para hepatite C, e o manejo durante a gravidez inclui o monitoramento da carga viral e a consulta com especialistas em doenças infecciosas para estratégias de manejo adequada.7
Referências:
1. WESTBROOK, R. H. DUSHEIKO, G. WILLIAMSON, C. Pregnancy and liver disease. Journal of Hepatology, 2015. Disponível em: https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(15)00788-6/fulltext. Acesso em: 23 jul. 2024.
2. DAJTI, E. BRUNI, A. BARBARA, G. AZZAROLI, F. Diagnostic Approach to Elevated Liver Function Tests during Pregnancy: A Pragmatic Narrative Review. MDPI, 2023. Disponível em: https://www.mdpi.com/2075-4426/13/9/1388. Acessado em: 23 jul. 2024.
3. FERRIGNO, B. BARBA, R. MORALES, E. TRIVEDI, H. PATWARDHAN, V. BONDER, A. Cholestatic Liver Disease and Pregnancy: A Systematic Review and Meta-Analysis. National Library of Medicine, 2022. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8875982/. Acesso em: 23 jul. 2024.
4. TERRAULT, N. WILLIAMSON, C. Pregnancy-Associated Liver Diseases. Gastroenterology, 2022. Disponível em: https://www.gastrojournal.org/article/S0016-5085(22)00232-3/fulltext. Acesso em: 23 jul. 2024.
5. Prefeitura da Cidade de São Paulo. Perguntas e respostas sobre Hepatites Virais B e C, 2024. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/?p=260674#:~:text=As%20Hepatites%20B%20e%20C%20tamb%C3%A9m%20podem%20ser%20transmitidas%20da,que%20chamamos%20de%20Transmiss%C3%A3o%20Vertical. Acesso em: 23 jul. 2024.
6. Biblioteca Virtual en Saúde. Dicas em Saúde, 2007. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/51vacinacao.html#:~:text=(1)%20A%20primeira%20dose%20da,primeira%20para%20a%20terceira%20dose. Acesso em: 23 jul. 2024.
7. Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. Transmissão vertical da Hepatite C. Disponível em: https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/hepatites/doc/hepac_transvert.pdf. Acesso em: 23 jul. 2024.
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